quinta-feira, 28 de julho de 2011

Criando Podcast no Audacity

Em uma das disciplinas do curso de PMDDD, conhecemos e praticamos com o software de produção e edição de áudio. Inicialmente, foi um pouco complicadinho de entender seu funcionamento, mas com um pouco mais de dedicação, consulta aos tutoriais e videotutorais, é perfeitamente possível criar um podcast. Aqui vai um que criei como tarefa da disciplina.





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sábado, 16 de julho de 2011

Educação e Mídia: uma reflexão sobre os efeitos da Comunicação de Massa na constituição de subjetividades

Recentemente, a equipe do JN no ar, quadro recém finalizado do noticiário Jornal Nacional, esteve fazendo uma blitz da educação na cidade de Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul, na qual resido. A visita dessa equipe levantou alguns pontos polêmicos, os quais se constituem em “prato cheio” para um debate acerca da influência da Comunicação de Massa na sociedade.
Na reportagem, que foi exibida no dia 16 de Maio de 2011, a equipe afirma ter encontrado um grande contraste entre duas escolas que estão na mesma cidade. Uma das escolas tem o índice de educação considerado melhor que a média nacional, onde as crianças, aos 7 anos, são praticamente alfabetizadas. Em outra escola, com uma realidade muito distinta da primeira, foram encontrados jovens de 13 anos ainda analfabetos.   
O especialista em Educação que acompanhou a equipe do JN na blitz, Gustavo Ioschpe, atribuiu o sucesso da primeira escola a fatores como: participação da família, organização, limpeza, disciplina, envolvimento dos professores, reforço para alunos no turno contrário ao que frequenta as aulas, atividades extracurriculares e equipamentos modernos.
Já para outra escola, a reportagem apenas destacou pontos negativos da instituição. Para Ioschpe, “a escola tem muitos problemas, mas a direção, os professores, as famílias e os alunos precisam reagir porque o prejuízo é de todos”.
A partir de uma breve descrição da reportagem realizada, pode-se observar um aspecto fortemente explícito: a equipe do JN no ar parece já ter expressado seu interesse em apontar contrastes entre as escolas. Isso pode ser claramente identificado no início da reportagem, em que a equipe chega à cidade procurando uma escola “boa” e outra “ruim”.
Na televisão há interesses de diversas naturezas, tais como financeiros, políticos e ideológicos. “Todo discurso deve ser interpretado a partir do ‘lugar social’ de quem fala” e, por essa razão, “nossos alunos devem sempre se preocupar e pensar nisso ao ver na TV uma verdade, um programa, uma entrevista” (PEREIRA, 2011, p. 4).
Além disso, os alunos (cidadãos, futuros trabalhadores, telespectadores) devem compreender que aquele que discursa sobre um determinado fenômeno “mostra o que quer” a partir de sua perspectiva. No caso dessa blitz, a equipe interpretou uma determinada realidade a partir de seu referencial teórico, de sua formação, cultura, ideologia. Nesse sentido, não é possível considerar que os integrantes dessa equipe observaram e analisaram a realidade dessas escolas de forma objetiva. “Por mais que se fale na ‘objetividade Jornalística’, ou do pesquisador, sabemos que na prática isso não acontece de modo simples” (PEREIRA, 2011, p. 7).
A Comunicação de Massa, nesse caso a televisão, possui forte poder de influenciar os telespectadores, disseminando ideologias e discursos distorcidos, não fielmente representativos da realidade. Certamente, após a exibição da reportagem, alguns cidadãos hamburgueses, que se deixaram levar pela lógica emocional, acreditaram no discurso veiculado por ela, aceitando passivamente que a escola “boa” assume determinadas características, enquanto que a “ruim” assume características opostas a da primeira.
Frente às considerações apresentadas acima, a escola tem a função (que é apenas uma de muitas outras) de contribuir no desenvolvimento do senso crítico no aluno para que possa compreender os aspectos subjetivos que permeiam as mídias de Comunicação de Massa e perceber que “a verdade mostrada é apenas uma releitura da realidade concreta e objetiva” (PEREIRA, 2011, p. 7). Assim, "a alfabetização em televisão não é lutar contra a televisão, uma luta sem sentido, mas como estimular o desenvolvimento da curiosidade e do pensar críticos" (FREIRE, 2000).

domingo, 12 de junho de 2011

Uma reflexão acerca do papel das TICs na constituição de subjetividades

Desde o surgimento do rádio, da televisão, da Internet, deparamos com a necessidade de os imigrantes e nativos digitais assumirem posições críticas em relação à influência da mídia na construção de subjetividades. A Internet, a televisão e outras TICs estão imbricadas em nossas ações, porém não podemos ficar subordinados a elas e aceitar que ditem regras que sirvam como referências para nossa vida. 
No livro "Pedagogia da Indignação: cartas pedagógicas e outros escritos (2000)", Freire questiona "como desocultar verdades escondidas, como desmitificar a farsa ideológica, espécie de arapuca atraente em que facilmente caímos. Como enfrentar o extraordinário poder da mídia, da linguagem da televisão, de sua 'sintaxe' que reduz a um mesmo plano o passado e o presente e sugere que o que ainda não há já está feito". 
E assim coloca que "a alfabetização em televisão não é lutar contra a televisão, uma luta sem sentido, mas como estimular o desenvolvimento da curiosidade e do pensar críticos". 
A partir dessas ideias, não devemos lutar contra as TICs, mas sim fazer o exercício da criticidade, de questionar as informações que estão sendo veiculadas e seus efeitos na constituição de nossos modos de pensar e agir. Somos seres dotados de capacidades, dentre elas, a de indagação; reconhecemos que a possibilidade "de pensar criticamente faz parte da natureza humana. É possibilidade de que dispomos" (FREIRE, 2000). Assim, pode-se definir uma das várias funções da escola da contemporaneidade: a de formar cidadãos alfabetizados tecnológica e funcionalmente, que participem ativamente na construção de uma sociedade consciente, solidária e justa. 

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Escrita e subjetividade


Oi, pessoal!

Outro dia, estava eu lendo um interessante artigo e o e o autor deste destacou uma citação de outro autor, muito profunda, a meu ver:
"a escrita (e especialmente a alfabética) é uma tecnologia, exige o uso de ferramentas e outros equipamentos: estiletes, pincéis ou canetas, superfícies cuidadosamente preparadas, peles de animais, tiras de madeira, assim como tintas, e muito mais. (...) A escrita é, de certo modo, a mais drástica das três tecnologias [escrita, prensa,  computador]. Ela iniciou o que a impressão e os computadores apenas continuam, a redução do som dinâmico a um espaço mudo, o afastamento da palavra em relação a um presente vivo, único lugar em que as palavras faladas podem existir".
Confesso que não tinha parado para refletir acerca da escrita a partir dessa ótica, de que essa tecnologia substituiu o som dinâmico por um espaço mudo. Dessa forma, acabamos por dar mais ênfase à visualização, o que fragmenta o nosso modo de ver e perceber o mundo que nos cerca. Isso, pois os sentidos acabam por não "trabalhar juntos" no mesmo ritmo, dificultando a constituição de um pensamento Eco-Sistêmico sobre o qual comentei em post anterior.
A leitura do artigo pode contribuir para que reflitamos sobre os efeitos das tecnologias na constituição da subjetividade e, consequentemente, na forma de compreender a complexidade que permeia os fenômenos da contemporaneidade. 
Clique aqui para acessar o artigo.
Boa leitura e comentem o que acharam do artigo!
Rafael

sábado, 28 de maio de 2011

Relação entre o pensamento eco-sistêmico e a diversidade

Partindo da definição de Pensamento Eco-sistêmico, proposto por Moraes (2005), o qual "é um pensamento que relaciona as coisas, os eventos, fenômenos e processos. É um pensamento aberto e que traz consigo a ideia de movimento, a existência de um fluxo energético, informacional, constituído de propriedades globais inter-sistêmicas, de processos auto-reguladores que revelam a existência de um dinamismo intrínseco que caracteriza a natureza cíclica e fluída desses processos" (p. 187).
Assim, levando essa ideia para o contexto da diversidade, pode-se observar que o pensamento eco-sistêmico possibilita ao sujeito a compreensão da complexidade que envolve as questões da diversidade, auxiliando-o a identificar e analisar as relações que a constituem.
Cada aluno tem sua cultura, história de vida e, portanto, uma realidade, necessidades e desejos peculiares. O perfil desse aluno não é compatível com concepções de educação generalizadoras, que buscam formar os sujeitos por meio de um currículo único para todos.
O pensamento eco-sistêmico pode conduzir o professor a buscar a compreensão dos processos de pensamento, expressão e aprendizagem de seus alunos, processos esses que se desenvolvem de formas distintas para cada indivíduo. A compreensão desses elementos não pode, também, estar desvinculada com o contexto em que vive o educando. Enfim, são muitas as dimensões que o professor necessita investigar e, por meio de um pensamento unilateral, determinista e fragmentado, esse profissional estará apenas se afastando cada vez mais de seu aluno e impossibilitando, dessa forma, o diálogo com este sujeito.

Referência:
MORAES, M. C. Educação a Distância e a ressignificação dos paradigmas educacionais: fundamentos teóricos e epistemológicos. Revista da FAEEBA - Educação e Contemporaneidade, Salvador, v. 14, n. 23, p. 181-202, jan./jun. 2005.

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sexta-feira, 20 de maio de 2011

Mitos, verdades e desafios da Educação à Distância

Olá, pessoal!

O comentário de uma colega no Fórum do curso apontou para um aspecto importante acerca do perfil do aluno em EAD. Considero que essa modalidade não é para qualquer um. Um aluno que depende muito das intervenções e ações do professor, não tem autonomia e não domina satisfatoriamente o uso do computador e Internet terá muito mais dificuldades e, assim, menos possibilidades de sucesso em cursos à distância.
Nesse sentido, é importante que o aluno se informe sobre as características e exigências de cursos dessa natureza, ou seja, que conheça os mitos, verdades e desafios que cercam a EAD. Segue, então, a recomendação de dois interessantes textos que tratam desses elementos: Educação a distância vale a pena? e Desvendando os 10 mitos que rondam o e-learning.

domingo, 15 de maio de 2011

Educação e Comunicação

A comunicação é uma das habilidades do ser humano. Ela pode ser oral, escrita, visual e, atualmente, pode-se destacar outro tipo de comunicação, a que é oriunda da informática. Observa-se que, ao longo da história da humanidade, o homem foi criando ferramentas – sejam elas materiais ou intelectuais – que possibilitaram o avanço da capacidade da memória humana e, consequentemente, da comunicação.
Antigamente, as sociedades eram orais, baseadas nas lembranças das pessoas. Lévy (1993, p. 77) coloca que, nessas sociedades, “quase todo o edifício cultural está fundado sobre as lembranças dos indivíduos. A inteligência, nestas sociedades, encontra-se muitas vezes identificada com a memória, sobretudo com a auditiva”. Nesse sentido, a comunicação era limitada pela capacidade da memória humana e ocorria por meio da oralidade.
Com o advento da escrita, o homem passou a contar com a possibilidade de registrar informações e conhecimentos, sem a necessidade de armazená-los em sua memória. “A escrita é uma forma de estender indefinidamente a memória de trabalho biológica” (LÉVY, 1993, p. 91). Dessa forma, surgiram os livros semelhantes aos quais se tem acesso hoje e a imprensa. Além disso, com a escrita, emergiu a linearidade do pensamento humano, o qual constitui a base de todo o edifício de conhecimento produzido pela humanidade.
Analogamente à oralidade e à escrita, a informática, também, representa uma nova extensão de memória. Entretanto, essa extensão apresenta diferenças qualitativas. Uma delas está no aspecto de que a informática permite que o pensamento linear seja desafiado pelos modos de pensar constituidos pela simulação, experimentação e linguagem (resultante da fusão entre escrita, oralidade, imagens e comunicação instantânea).
Nessa perspectiva, pode-se intuir que a informática vem questionar a estrutura do edifício de conhecimento assentada no raciocínio linear para que, em lugar desse tipo de raciocínio, sejam levantadas edificações sustentadas na lógica não-linear e, em consequência disso, que emerjam novas formas de comunicação: interativa, não unilateral, criativa, dinâmica, personalizada.
Com o exposto até aqui, pretendeu-se apresentar brevemente alguns elementos que descrevessem a evolução das possibilidades comunicacionais como associada ao desenvolvimento da oralidade, escrita e informática pela humanidade. Em decorrência dessa análise, pode-se observar que a educação não permanece imune nesse contexto, isto é, se as formas de comunicação evoluem, a educação também passa por transformações.
Em síntese, e analisando as implicações das ideias expostas acima para a docência, percebo que o grande desafio para o professor é integrar as tecnologias digitais de forma produtiva e qualificada em sua prática, de tal modo que essa iniciativa acolha as diversas formas de estilo de aprendizagem, de pensamento e comunicação com as quais os alunos se identificam e se expressam.


Referência

LÉVY, P. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. Rio de Janeiro: Editora 34, 1993.



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