sábado, 28 de maio de 2011

Relação entre o pensamento eco-sistêmico e a diversidade

Partindo da definição de Pensamento Eco-sistêmico, proposto por Moraes (2005), o qual "é um pensamento que relaciona as coisas, os eventos, fenômenos e processos. É um pensamento aberto e que traz consigo a ideia de movimento, a existência de um fluxo energético, informacional, constituído de propriedades globais inter-sistêmicas, de processos auto-reguladores que revelam a existência de um dinamismo intrínseco que caracteriza a natureza cíclica e fluída desses processos" (p. 187).
Assim, levando essa ideia para o contexto da diversidade, pode-se observar que o pensamento eco-sistêmico possibilita ao sujeito a compreensão da complexidade que envolve as questões da diversidade, auxiliando-o a identificar e analisar as relações que a constituem.
Cada aluno tem sua cultura, história de vida e, portanto, uma realidade, necessidades e desejos peculiares. O perfil desse aluno não é compatível com concepções de educação generalizadoras, que buscam formar os sujeitos por meio de um currículo único para todos.
O pensamento eco-sistêmico pode conduzir o professor a buscar a compreensão dos processos de pensamento, expressão e aprendizagem de seus alunos, processos esses que se desenvolvem de formas distintas para cada indivíduo. A compreensão desses elementos não pode, também, estar desvinculada com o contexto em que vive o educando. Enfim, são muitas as dimensões que o professor necessita investigar e, por meio de um pensamento unilateral, determinista e fragmentado, esse profissional estará apenas se afastando cada vez mais de seu aluno e impossibilitando, dessa forma, o diálogo com este sujeito.

Referência:
MORAES, M. C. Educação a Distância e a ressignificação dos paradigmas educacionais: fundamentos teóricos e epistemológicos. Revista da FAEEBA - Educação e Contemporaneidade, Salvador, v. 14, n. 23, p. 181-202, jan./jun. 2005.

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sexta-feira, 20 de maio de 2011

Mitos, verdades e desafios da Educação à Distância

Olá, pessoal!

O comentário de uma colega no Fórum do curso apontou para um aspecto importante acerca do perfil do aluno em EAD. Considero que essa modalidade não é para qualquer um. Um aluno que depende muito das intervenções e ações do professor, não tem autonomia e não domina satisfatoriamente o uso do computador e Internet terá muito mais dificuldades e, assim, menos possibilidades de sucesso em cursos à distância.
Nesse sentido, é importante que o aluno se informe sobre as características e exigências de cursos dessa natureza, ou seja, que conheça os mitos, verdades e desafios que cercam a EAD. Segue, então, a recomendação de dois interessantes textos que tratam desses elementos: Educação a distância vale a pena? e Desvendando os 10 mitos que rondam o e-learning.

domingo, 15 de maio de 2011

Educação e Comunicação

A comunicação é uma das habilidades do ser humano. Ela pode ser oral, escrita, visual e, atualmente, pode-se destacar outro tipo de comunicação, a que é oriunda da informática. Observa-se que, ao longo da história da humanidade, o homem foi criando ferramentas – sejam elas materiais ou intelectuais – que possibilitaram o avanço da capacidade da memória humana e, consequentemente, da comunicação.
Antigamente, as sociedades eram orais, baseadas nas lembranças das pessoas. Lévy (1993, p. 77) coloca que, nessas sociedades, “quase todo o edifício cultural está fundado sobre as lembranças dos indivíduos. A inteligência, nestas sociedades, encontra-se muitas vezes identificada com a memória, sobretudo com a auditiva”. Nesse sentido, a comunicação era limitada pela capacidade da memória humana e ocorria por meio da oralidade.
Com o advento da escrita, o homem passou a contar com a possibilidade de registrar informações e conhecimentos, sem a necessidade de armazená-los em sua memória. “A escrita é uma forma de estender indefinidamente a memória de trabalho biológica” (LÉVY, 1993, p. 91). Dessa forma, surgiram os livros semelhantes aos quais se tem acesso hoje e a imprensa. Além disso, com a escrita, emergiu a linearidade do pensamento humano, o qual constitui a base de todo o edifício de conhecimento produzido pela humanidade.
Analogamente à oralidade e à escrita, a informática, também, representa uma nova extensão de memória. Entretanto, essa extensão apresenta diferenças qualitativas. Uma delas está no aspecto de que a informática permite que o pensamento linear seja desafiado pelos modos de pensar constituidos pela simulação, experimentação e linguagem (resultante da fusão entre escrita, oralidade, imagens e comunicação instantânea).
Nessa perspectiva, pode-se intuir que a informática vem questionar a estrutura do edifício de conhecimento assentada no raciocínio linear para que, em lugar desse tipo de raciocínio, sejam levantadas edificações sustentadas na lógica não-linear e, em consequência disso, que emerjam novas formas de comunicação: interativa, não unilateral, criativa, dinâmica, personalizada.
Com o exposto até aqui, pretendeu-se apresentar brevemente alguns elementos que descrevessem a evolução das possibilidades comunicacionais como associada ao desenvolvimento da oralidade, escrita e informática pela humanidade. Em decorrência dessa análise, pode-se observar que a educação não permanece imune nesse contexto, isto é, se as formas de comunicação evoluem, a educação também passa por transformações.
Em síntese, e analisando as implicações das ideias expostas acima para a docência, percebo que o grande desafio para o professor é integrar as tecnologias digitais de forma produtiva e qualificada em sua prática, de tal modo que essa iniciativa acolha as diversas formas de estilo de aprendizagem, de pensamento e comunicação com as quais os alunos se identificam e se expressam.


Referência

LÉVY, P. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. Rio de Janeiro: Editora 34, 1993.



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