domingo, 12 de junho de 2011

Uma reflexão acerca do papel das TICs na constituição de subjetividades

Desde o surgimento do rádio, da televisão, da Internet, deparamos com a necessidade de os imigrantes e nativos digitais assumirem posições críticas em relação à influência da mídia na construção de subjetividades. A Internet, a televisão e outras TICs estão imbricadas em nossas ações, porém não podemos ficar subordinados a elas e aceitar que ditem regras que sirvam como referências para nossa vida. 
No livro "Pedagogia da Indignação: cartas pedagógicas e outros escritos (2000)", Freire questiona "como desocultar verdades escondidas, como desmitificar a farsa ideológica, espécie de arapuca atraente em que facilmente caímos. Como enfrentar o extraordinário poder da mídia, da linguagem da televisão, de sua 'sintaxe' que reduz a um mesmo plano o passado e o presente e sugere que o que ainda não há já está feito". 
E assim coloca que "a alfabetização em televisão não é lutar contra a televisão, uma luta sem sentido, mas como estimular o desenvolvimento da curiosidade e do pensar críticos". 
A partir dessas ideias, não devemos lutar contra as TICs, mas sim fazer o exercício da criticidade, de questionar as informações que estão sendo veiculadas e seus efeitos na constituição de nossos modos de pensar e agir. Somos seres dotados de capacidades, dentre elas, a de indagação; reconhecemos que a possibilidade "de pensar criticamente faz parte da natureza humana. É possibilidade de que dispomos" (FREIRE, 2000). Assim, pode-se definir uma das várias funções da escola da contemporaneidade: a de formar cidadãos alfabetizados tecnológica e funcionalmente, que participem ativamente na construção de uma sociedade consciente, solidária e justa. 

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Escrita e subjetividade


Oi, pessoal!

Outro dia, estava eu lendo um interessante artigo e o e o autor deste destacou uma citação de outro autor, muito profunda, a meu ver:
"a escrita (e especialmente a alfabética) é uma tecnologia, exige o uso de ferramentas e outros equipamentos: estiletes, pincéis ou canetas, superfícies cuidadosamente preparadas, peles de animais, tiras de madeira, assim como tintas, e muito mais. (...) A escrita é, de certo modo, a mais drástica das três tecnologias [escrita, prensa,  computador]. Ela iniciou o que a impressão e os computadores apenas continuam, a redução do som dinâmico a um espaço mudo, o afastamento da palavra em relação a um presente vivo, único lugar em que as palavras faladas podem existir".
Confesso que não tinha parado para refletir acerca da escrita a partir dessa ótica, de que essa tecnologia substituiu o som dinâmico por um espaço mudo. Dessa forma, acabamos por dar mais ênfase à visualização, o que fragmenta o nosso modo de ver e perceber o mundo que nos cerca. Isso, pois os sentidos acabam por não "trabalhar juntos" no mesmo ritmo, dificultando a constituição de um pensamento Eco-Sistêmico sobre o qual comentei em post anterior.
A leitura do artigo pode contribuir para que reflitamos sobre os efeitos das tecnologias na constituição da subjetividade e, consequentemente, na forma de compreender a complexidade que permeia os fenômenos da contemporaneidade. 
Clique aqui para acessar o artigo.
Boa leitura e comentem o que acharam do artigo!
Rafael